terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Construção da luta Anti- Racismo.

Contribuição e respeito aos princípios AFRICANOS, para reconhecimento e resgate histórico, partimos que as ideologias “Eurocêntrica” que dominaram o mundo e os espaços acadêmicos, não deram resposta aos processos do Racismo da Xenofobia e outras formas Correlatas de Extermínio do Povo Negro no Brasil e na diáspora Africana no mundo, vejamos isto nos últimos acontecimentos e dados sociologicos no Brasil e no mundo, onde quem mais morre no trafico são jovens negros, na frança e outros países da Europa o separatismo étnico se expande, a as experiencias de governos não avançaram no debate de Politicas Reparatórias de fato, a falta de uma Politica Estratégica de Acesso a Terra as Comunidades Tradicionais Quilombolas e as Demarcações de Terras das Comunidades Indígena, da expansão da Intolerância Religiosa e demais acontecimentos como aprovação do Estatuto da Igualdade Racial recuado, que foram negociado por setores internos do PT, que dirigiam a SEPPIR e a Secretaria Nacional do PT e quem estava na sua direção Deputado Edson Santos e Eloi na SEPPIR e a CIDA ABREU na Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT e seus colaboradores que apoiaram sua chapa que deu a vitoria a ela, não podemos esquecer estes fatos Históricos e reais. Entendo que as concepções de Mundo passam por transformações e contradições segundo Boaventura de Souza Santo que fala da Crise da Ideologias de Esquerda.

Os últimos trinta ou quarenta anos do século passado podem ser considerados anos de crise degenerativa do pensamento e das práticas globais de esquerda . Certamente, existiram crises antes, mas não eram globais; estavam restringidas ao mundo Eurocêntrico, que hoje em dia denominamos de Norte global, e desde 1950 em diante, pareciam superadas pelo sucesso das lutas de libertação das colónias. Foram, por isso, vivenciadas como acidentes da história, uma história cuja trajetória e racionalidade eram a garantia da vitória da esquerda sob a forma da revolução, socialismo, comunismo. Assim foi vivida a divisão do movimento operário no início da I Guerra Mundial, bem como a derrota da revolução Alemã (1918-1923), e depois o nazismo (1933- 1945), fascismo (1922-1943), franquismo (1939-1975) e salazarismo (1926-1974), os processos de Moscovo (1936-1938), a guerra civil na Grécia (1944-1949), e mesmo a invasão da Hungria (1956). Este tipo de crise encontra-se bem caracterizado nos escritos de Trotsky no exílio. Trotsky apercebeu-se muito rapidamente da gravidade e ímpeto dos desvios de Estaline à revolução, ao ponto de se recusar a protagonizar uma oposição, como lhe propuseram Zinoviev e Kamenev em 1926. Mas nem por um momento duvidou que a história seguiria a revolução do mesmo modo que os verdadeiros revolucionários seguiam a história. (Santos, 2005; 2006a)
Assim conhecermos e avaliarmos o Histórico da Democracia Socialista na Construção do Setorial e sua atuação na construção de Políticas Publicas e do Movimento Social Negro, politicas estas que sempre foram desenvolvidas nas gestões dos campos políticos contrários a nossas teses como Falta Axé na Politica Petista e Raça e Território no interior do Movimento Negro Unificado (MNU), e como esta pratica de massificação se vem arrebanhando militantes sem consistência no debate teórico, esvaziando nas ações de Politicas Publicas Reparatórias e Afirmativas onde atuamos como Gestão e Dirigentes Partidários, Sindicais e de outros Movimentos Sociais, assim nos desfasando no campo das idéias da PRAXIS, muitas destas praticas levaram a vários militantes a desertar de noossa frentes de luta e hoje militam em outras frentes no Partido, por não encontrar resposta na nossa corrente politica por que tínhamos um debate bom ideológico, mas quando Estamos a frente de espaços de Gestões este debate não se concretizava na composição de Dirigentes do Partido, nas composições de Governos Estaduais e Municipais.
Tendo a Compreensão que este 8º Ativo venha a contribuir para nossa construção e sirva como eixo orientador dos objetivos e de uma proposta para melhorar a situação do Povo Negro dentro e fora da Democracia Socialista, que a “ Revolução Democrática” só ocorrerá se estivermos também a frente dos espaços de decisão e intervenção nos seguintes espaços: Governo Federal e Estaduais Municipais, outros espaços de organizações (OSCIPS, ONGS, Associações), Movimento Negro Social, Partido dos Trabalhadores, Formação dos Quadros militantes e Organização da DS, sendo assim estes são os pontos que devem ser acordados.

A partir de uma proposta,que possa avaliar nossa atuação nas políticas implantadas e sua execução, como podemos colaborar de maneira coletiva na Formatação destas Políticas, na perspectiva de desenvolvimento e direcionamento destas políticas para o campo de Ações Afirmativas e Reparatórias e da defesa com maior abrangência nas políticas publicas realizadas por nossos atores sociais e políticos, na busca de uma atuação de forma orgânica de nosso militantes na construção destas políticas, estas ações realizadas nos espaços de governo seja ele federal, estadual ou municipal, refletem no dia-a-dia dos militantes no movimento social, onde somos cobrados pelas políticas de Governo Executadas nas áreas que estão sob nossa direção,
Com a Reforma de Governo como retomar espaço na SEPPIR, onde não se encontra nenhum militantes da Democracia Socialista, que tenha a possibilidades de contribuir na construção destas políticas, através de uma melhor Comunicação, para o conjunto de militantes de nossa organização, nesta conjuntura dada de que setores do partido já espera as mudanças nos Ministério e qual será nossa intervenção em relação a SEPPIR? e para que servirá estar lá?
Nas duas ultimas Gestões os campos que lá estiveram não abriram espaço para nos, não estivemos na composição, pelo estreito modo de pensar da maioria que estavam a frente da GESTÃO e outra Atual Ministra não dialoga com o Movimento Negro Real e cada vez mais se afasta das Comunidades Tradicionais Quilombolas e de Terreiros.

Movimento Negro Social

O Movimento Negro na conjuntura deve rever sua reorganização, com as disputas fratricidas que criaram vários novos movimentos que disputam e tentam aparelhar os Governos e Partidos tal como CONEN, UNEGRO um fragmentado Movimento Negro Unificado, onde setores apóiam a Reeleição de CIDA ABREU para a Secretária Nacional. De Combate ao Racismo do PT e qual é a posição de nosso Militantes no MNU que em tempo anteriores apoiou esta Candidata.
Com toda esta conjuntura, este o Movimento Social Negro esta renovando seus quadros dirigentes, a partir do potencial do processo de reconhecimento da militância negra, que vem se renovando conforme constatado no I Encontro Nacional de Juventude Negra (ENJUNE), com a Participação de vários militantes jovens de periferia que estão fora do Movimento Estudantil, jovens este que sentem o RACISMO no seu dia dia na sua FAVELA, luta do Movimento HIP-HOP, Movimento Quilombola a Juventude dos Terreiros, Rede Nacional de Religiões em Saúde, das Praticas Populares em Saúde como Parteiras e Rezadeira, entendo que teremos que propor um debate de nossa organização e construção que responda além, das necessidades da DS e sua ampliação para dentro do Movimento Negro e da Organização Social, do Congresso do Movimento Negro Unificado neste ano, do Congresso da Central de Movimentos Populares (CMP), relacionar estes processo com a disputa do Setorial Nacional do Partido dos Trabalhadores, fazendo uma disputa de conseqüência e coerência com o tamanho de nossa força e organização Politica dentro do PT, o que já esta sendo pensado para o próximo período, e qual será a posição da DS e dos parlamentares sobre o Reconhecimento e Titulação das Terras Quilombolas e Demarcação das Terras Indigenas, da revisão do Estatuto da Igualdade Racial, a intervenção no Plano Nacional de Segurança Publica, da Luta e apoio Contra a Intolerância Religiosa aos Terreiros, na construção a intervenção da promoção de políticas publicas através dos espaços institucionais que ocupamos, para qualificação e acessibilidade das comunidades quilombolas e da população negras nas periferias da cidades, construindo espaço de dialogo entre Estado, Parlamento e Movimento onde estamos presente, uma ação Coletiva dos militantes Negros da DS.

Partido dos Trabalhadores

A historia da luta da Setorial de Combate ao Racismo se confunde com a historia de organização dos Militantes Negros e Negras da DS, sendo a tendência pioneira e que protagonizou este debate trazendo para dentro do Partido dos Trabalhadores, e serviu como referencia para desenvolver muitas políticas que hoje estão apresentadas e executadas, reconhecendo o acumulo teórico das teses internas do MNU, como a defesa de nossos territórios de quilombos, a questão da religiosidade de Matriz Africana, o desenvolvimento da Geração e trabalho e Renda, a Saúde da População, o Combate a Violação do Corpo das Mulheres e o Extermínio de Jovens Negros e o Respeito e Resgate dos Históricos Ancestrais, a partir do Acumulo transferido para a tese “Falta Axé na Política Petista”.
Entendemos que houve um refluxo de nossa atuação, dentro da Secretaria de Combate ao Racismo do PT sendo ela Nacional ou nos espaços estaduais, o que nos faz rever as políticas de alianças que fizemos e como avançar para uma política unificada da DS e dos setores que dialogam conosco no movimento, para isto devemos retomar e reconstruir um novo campo dentro do Setorial do Partido, e propor uma politica que seja real ao nosso tamanho, não aventurando, se for para CRESCER que seja para Compor o Coletivo Nacional, exigir a respeitabilidade dos dirigentes não negros e não sustentar as tentativas de desqualificação de quadros políticos. Construir um Referencial Nosso que dialogue com os princípios do Socialismo, onde todos os negros e negras terão seus direitos garantidos e sua integralidade respeitada, Os negros e Negras da DS tem que se referenciar na pratica de Ubuntu.
Construindo uma proposta de politica com ética, dialogo e buscando unidade na ação e na ideologia de descendentes Africanos assim que toda a África se unificou para combater o Branco Inimigo, que dividia e explorava nosso Territorio promovendo o Aparthaid e a divisão do Pensamento para imperar sua politica.
UBUNTO é uma filosofia Africana que existe em vários países de África, que foca nas alianças e relacionamento das pessoas umas com as outras. A palavra vem das línguas dos povos Banto; na África do Sul nas línguas ZULUS e XHOSA, é tido como um conceito tradicional africano. Quer dizer que sejamos e tenhamos "humanidade para com os outros", sejamos mais coletivos não pensando em vanteagens individuais. Uma outra tradução poderia ser "a crença no compartilhamento que conecta toda a humanidade"e ainda "Sou o que sou pelo que nós somos".

Uma tentativa de definição mais longa foi feita pelo Arcebispo Desmond Tutu:
Uma pessoa com ubuntu está aberta e disponível aos outros, não-preocupada em julgar os outros como bons ou maus, e tem consciência de que faz parte de algo maior e que é tão diminuída quanto seus semelhantes que são diminuídos ou humilhados, torturados ou oprimidos


Jorge Senna – Educador Popular em Saúde, Rio Grande do Sul
Militante do Movimento Negro Unificado e Central de Movimentos Populares
Membro do Coletivo Nacional de Combate ao Racismo do Partido dos Trabalhadores.

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